RESUMO
WU, T.H.
Modificações clínicas e cintilográficas
de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico crônico
tratados pela estimulação elétrica subcutânea.
São Paulo, 2001. 111p. Tese (Doutorado) - Faculdade de Medicina,
Universidade de São Paulo.
A maioria dos indivíduos que sobrevive ao acidente vascular
cerebral fica incapacitada devido a um déficit neurológico
persistente. Após 18 meses, nenhum ganho adicional é
obtido utilizando-se o tratamento convencional. O objetivo deste estudo
foi avaliar a eficácia da estimulação elétrica
subcutânea no couro cabeludo na recuperação funcional
de pacientes com acidente vascular cerebral crônico, com mais
de 18 meses de evolução, associando as modificações
dos achados clínicos, neurológicos e funcionais às
alterações nas áreas "frias de captação"
medidas pela cintilografia de perfusão cerebral. Sessenta e
dois pacientes do sexo masculino e feminino, de 24 a 65 anos de idade,
com diagnóstico de acidente vascular cerebral isquêmico,
com pelo menos 18 meses de evolução, foram avaliados
em estudo clínico prospectivo duplo cego controlado randomizado.
Trinta e quatro pacientes receberam dez sessões de estimulação
elétrica de baixa freqüência (2/100Hz), através
de agulhas inseridas no subcutâneo do couro cabeludo, nas áreas
de projeção motora, sensitiva, frontal e de associação
temporal do homúnculo de Penfield, durante 30 minutos, duas
vezes por semana. Vinte e oito pacientes receberam dez sessões
de estimulação placebo, através de cabos elétricos
desconectados, aplicados no couro cabeludo, durante sete segundos
em cada área de representação cerebral funcional
acometida: áreas sensitivas e motoras da face, das extremidades
superior e inferior e as motoras suplementares, duas vezes por semana,
no mesmo regime. Os pacientes foram avaliados por examinadores cegos,
antes e imediatamente após as 10 sessões. As escalas
de Barthel e Rankin avaliaram o nível funcional e a National
Institutes of Health Stroke Scale, o estadiamento neurológico.
A estimulação elétrica subcutânea no couro
cabeludo demonstrou melhora neurológica estatisticamente significante,
porém não modificou o padrão funcional e cintilográfico
quantitativo de pacientes com acidente cerebral isquêmico crônico.
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